domingo, 26 de agosto de 2012
Releituras
Os mais atentos já devem ter percebido que a cidade onde nasci, Cruz Alta, é um tema bastante frequente aqui no blog. É um lugar que exerce um certo fascínio sobre mim. Por vezes ela me parece um universo à parte, um microcosmo hermético e recheado de mistérios. Sua cultura, suas tradições, hábitos e habitantes (imortalizados nas páginas de O Tempo e o Vento, obra magistral de seu maior filho, o escritor Érico Veríssimo) são como as peças de um quebra-cabeça novelesco e surreal, cujo capítulo seguinte é uma grande incógnita.
Movida pelo poder das locomotivas e da política, palco de disputas de poder e batalhas sangrentas, foi grande, estratégico e influente município. Mas aparentemente Cruz Alta perdeu o trem da história e estagnou em alguma estação do passado. Motivo de tristeza para seus filhos. Para muitos ela é uma cidade amaldiçoada. Porquê?
Sendo originalmente terra habitada pelos índios guaranis, o nascimento da cidade remonta ao século XVII com a ocupação dos missionários espanhóis da Companhia de Jesus,os jesuítas. Bandeirantes, tropeiros, contrabandistas de fronteira, imigrantes europeus, líderes de estado e revolucionários, pisaram naquele chão. Por estes quase quatro séculos de história, a cidade possui uma bela coleção de lendas e histórias que podem fornecer pequenas pistas para a solução dos mistérios que rondam o lugar.
Entendendo as lendas como narrativas populares que, à semelhança do mito, têm a função de sustentar e explicar uma determinada cultura, minha proposta é fazer uma releitura dessas lendas de forma ilustrada, capturando alguns dos seus símbolos primordiais. Para tentar atingir este objetivo, tanto na pesquisa quanto na elaboração dos textos,conto com a inestimada colaboração da jungiana Juliane Gering.
Acompanhe o blog e faça parte dessa jornada.
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sábado, 25 de agosto de 2012
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
sábado, 11 de agosto de 2012
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Os Músicos de Bremen
É com grande satisfação que divulgo esta adaptação do conto Os Músicos de Bremen dos irmãos Grimm. O projeto, idealizado como TCC pela designer Thaís Fensterseifer, é um kit destinado a crianças de 6 a 7 anos que contém livro, lápis para colorir e cartela de adesivos. A Thaís cuidou da direção de arte e do projeto gráfico e eu colaborei com as ilustrações.
Adoraria ter uma coleção dessas na minha estante.
Clique para ampliar.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
O Pavor
Pavor: Sensação provocada por medo violento; terror.Grande susto; assombro.
Um preview de algo ainda por vir ...
Veja mais:
segunda-feira, 16 de julho de 2012
A Arca Perdida: O Bosque dos Suicidas
Dando prosseguimento nas postagens de resgate do meu hd
perdido...
Em 2004 fui vencedor do XII Salão Internacional de Desenho
para Imprensa, na categoria quadrinhos. A história O Bosque dos Suicidas foi
livremente inspirada na Divina Comédia,
de Dante Alighieri e, apesar de gostar da arte, hoje olho pra ela e vejo um
monte de furos e inseguranças no uso da técnica. Tá certo que a proposta era
bastante experimental, inspirada na arte de Dave McKean, mas chego a pensar: - O
que deu na cabeça do pessoal da comissão julgadora pra escolher esse trabalho?
Obviamente na época eu não pensava assim. Coincidentemente (ironia detected) nesse período eu me achava a última coca-cola do deserto, o rei da cocada preta, o Master Blaster dos desenhos. Tratei mal algumas pessoas, confesso, mas aproveito o momento pra pedir minhas sinceras desculpas por este comportamento tão idiota. O distanciamento no tempo às vezes nos permite adquirir diferentes perspectivas. Ou como disse o Belchior (sim,o cantor) na entrega do prêmio: - Agora achou a tua Beatriz? - Valeu, Juliane, por me acompanhar nessa jornada.
Obviamente na época eu não pensava assim. Coincidentemente (ironia detected) nesse período eu me achava a última coca-cola do deserto, o rei da cocada preta, o Master Blaster dos desenhos. Tratei mal algumas pessoas, confesso, mas aproveito o momento pra pedir minhas sinceras desculpas por este comportamento tão idiota. O distanciamento no tempo às vezes nos permite adquirir diferentes perspectivas. Ou como disse o Belchior (sim,o cantor) na entrega do prêmio: - Agora achou a tua Beatriz? - Valeu, Juliane, por me acompanhar nessa jornada.
Clique na imagem para ampliar.
sexta-feira, 13 de julho de 2012
quarta-feira, 4 de julho de 2012
A Arca Perdida: Uma Noite Alucinante.
A tia Maria (nome fictício) foi uma senhora que trabalhou
comigo por muitos anos em Porto Alegre.
Pequena, acanhada, sentimental, honesta e batalhadora, tinha algo em
torno dos seus setenta anos quando me contou essa história de sua vida:
Maria nasceu e cresceu numa localidade rural no interior do Rio Grande do Sul. Casou muito jovem com um homem violento. Certo dia ela
o observou afiar por horas um enorme facão em uma pedra. Seu olhar frio e
ameaçador a fixava. Ao anoitecer, ele carrega uma carroça com o facão e uma pá.
– Sobe, mulher. – ele ordena.
Ambos cortam estradas, atravessando a noite até apear em um
matagal.
– Essa noite eu vou te matar e tu vai cavar tua própria
cova!
Sob a ameaça do facão, Maria cava, rezando silenciosamente
para Jesus e a Virgem por uma salvação. A noite se arrasta e o buraco aumenta.
– Acho que agora já tá bem fundo. Sobe na carroça e vamo
embora pra casa. – inesperadamente ele completa.
Maria escapa com vida e, no amanhecer do dia, foge pra nunca
mais voltar.
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